FISL18: Plataforma livre reúne recursos educacionais digitais
Desde novembro de 2017, a educação brasileira pode contar com uma plataforma de recursos educacionais abertos e livres para compartilhar e utilizar: é a Plataforma MEC de Recursos Educacionais Digitais (plataformaintegrada.mec.gov.br). Desenvolvida pela equipe do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) da Universidade Federal do Paraná, a iniciativa contou com o financiamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.
A plataforma surgiu a partir da identificação da necessidade de centralizar em um só lugar conteúdos educacionais até então difusos em diferentes portais. O problema dessa difusão é que cada um desses portais é implementado com uma tecnologia diferente, o que dificulta a busca do aluno ou o professor por um material, pois eles funcionam de maneiras diferentes.
Para reunir tudo no mesmo lugar, criou-se um portal web interativo, voltado para professores e estudantes em busca de materiais de estudo complementares. Como a ideia é, futuramente, desenvolver um app, a plataforma é API Rest. Já o banco de dados é baseado em: DSpace, que funciona como um repositório dos arquivos educacionais; ElasticSearch, um servidor de buscas; e PostgreSQL, um sistema gerenciador de banco de dados relacional, para a funcionalidade de rede social. O desenvolvimento front-end foi desenvolvido em Angular, e o back-end em Ruby on Rails.
Além do diferencial de integrar conteúdos em um só lugar, a plataforma também apresenta uma mudança de paradigmas por ter um mecanismo de buscas diferenciado e funcionar como rede social. Na busca, é possível aplicar quatro tipos de filtros: componentes curriculares (como matemática, biologia, história), tipo de recurso (vídeo, imagem, texto, áudio), etapas de ensino (fundamental, médio, superior) e palavras-chaves (que caracterizam o objeto). Os resultados são ranqueados a partir de um score que é conferido a cada recurso postado – a partir de número de likes, visualizações, comentários, downloads -, assim, os conteúdos mais relevantes são priorizados.
A equipe do C3SL também implementou alguns mecanismos de redes sociais, como a possibilidade de seguir usuários.
“Se eu, como aluna, quero seguir meu professor, vou achar o perfil dele e segui-lo. Sempre que subir um objeto vou ser notificada”, explicou Marcela Oliveira, integrante da equipe, na tarde desta quinta-feira (12) no Espaço Temático Caixa, no Fórum Internacional Software Livre 18.
Além disso, o usuário também pode adicionar os objetos aos seus favoritos, e eles vão ser mostrados no perfil. Cada usuário tem uma classificação de reputação, baseada na interação com a plataforma (postagens, curtidas, comentários). Se desejar, o usuário também pode criar coleções com aqueles objetos que lhe interessarem – por exemplo, se o professor vai dar uma aula sobre o tema “DNA” pode criar uma coleção e reunir diversos conteúdos sobre o tema.
Atualmente, a plataforma conta com 4.349 usuários, 29.599 recursos educacionais, 2.765 coleções (465 públicas, 2300 privadas) e cerca de 1.200 downloads, contando com uma média de 725 acessos por dia. Para o futuro, a equipe deseja possibilitar que a comunidade também possa incluir recursos educacionais, mas, para isso, necessita de uma filtragem automática dos arquivos enviados, para evitar que conteúdos ofensivos subam na plataforma. Além disso, desejam que a plataforma seja capaz de recomendar recursos educacionais, objetos relacionados ao que interessa ao usuário.
O código-fonte da plataforma está disponível no GitLab, sob a licença GNU AGPL.